terça-feira, 20 de abril de 2010

o crime de desejar.

E eu já não te desejo mais, realmente não. não que o desejar seja impuro, mas ele desatina, até demais. Então parei de desejar, pra ter espaço para pensar mais em mim, nas amigas, na escola, na vida enfim. Porque aquele desejo, ah como foi cruel comigo! me atrasou, arrazou, arrebentou, acabou, dilacerou e continuar desejando seria assinar a sentença e eu não a assinarei antes de lê-la na presença de um advogado.
Então a esse tal processo de nome amor, respondo em liberdade, pois havia perdido minha identidade, esquecido o rumo de casa, só levei comigo a esperança. Assim, eu só te amo, livre de culpa, livre de desespero, livre de desejo, livre de estar livre, porque afinal, o amor talvez seja a liberdade, mas ao te amar encontro a liberdade em não te desejar.
Já não sei mais o que acontece, não entendo de leis, só entendo um pouco de coração, e para este, o Juís decretou limites ilimitados, barreiras a serem rompidas, metas a serem cumpridas, prosas a serem escritas, musícas para serem ouvidas e situações para serem sentidas.
Eu sigo as ordens do juiz, não te desejo mais pois aquilo foi um crime contra a sua posição perto de mim, mas eu te amo, sem me sentir culpada, me sentindo livre mesmo nessa prisão domiciliar, me sentindo desesperadamente calma, quase posso enxergar a cor da minha alma, e depois de todo esse julgamento desesperadamente confuso eu te amo, porque meu advogado disse que sem isso, estaria destinada à cadeira elétrica.

Nenhum comentário:

Postar um comentário